terça-feira, 7 de junho de 2011

A FORÇA DE SANSÃO

1 A FORÇA DE SANSÃO 19/01/2011 ***
Sansão possuía uma força descomunal! Pesquisas intensas que efetuei me permitem assegurar que sua força provinha de Deus, e isso a própria Bíblia menciona, mas quero esclarecer que vinha de Deus por causa de seu contato com a divindade. Era sua a iniciativa de buscá-Lo, pois a verdadeira espiritualidade tem esse dom etéreo e intangível, a qual nos conecta com a força da natureza e do universo. Ele tinha conhecimento de uma lei mística de que, se não pedimos, não recebemos. Sabia que, diante de dificuldades sobre humanas, tinha que apelar às energias poderosas do subconsciente. O ego em harmonia perfeita com o subconsciente.
Isso se aplica a cada um de nós. Recolher-se diariamente com um plano preestabelecido; fechar a porta de seu quarto e meditar. Em outras palavras, fechar as portas de sua percepção sensorial e recolher-se em seu íntimo. De modo que não ouça, veja e nem sinta o mundo externo, e, assim, viver alguns momentos em completa absorção. Necessitamos de um método ou sistema para fazer isso. Tanto Sansão como as pessoas altamente espiritualizadas podem dizer, com vigorosa ênfase: “A minha força física, mental e espiritual vem de Deus!”.
Pode ser até especulação. Mas tudo que existe na natureza, necessita de um motivo, um anelo para existir. Algo que seja estimulante. Se não é assim, o desânimo toma conta. Como a própria natureza faz parte de Deus e o homem faz parte da natureza, então, tudo está interligado, nada existindo separado. É apenas nossa interpretação pessoal ou condicionamento secular que assim nos faz entender. E nosso raciocínio é falho. A força de Deus parece ser um impulso que procede de seu próprio íntimo. O mesmo acontecia com Sansão, ou conosco. Sansão, por viver intimamente na presença de Deus, sentia essa força atuante. Vivia-a. Ele, seu Criador, era sua verdadeira e legítima força, e não seus cabelos. Talvez, metaforicamente, porque os cabelos estão na cabeça, e a cabeça é onde estão as vias aéreas do ser humano, assim, simbolizando sua conexão espiritual. Essa conexão espiritual vitaliza todas as partes psíquicas e físicas. Disso não temos consciência objetiva, porém sua ação é intangível, persistente e continuada. Desde que estejamos conectados à bateria cósmica.
Sansão perdeu sua força física, mental e espiritual porque se tornou um devasso, libertino e dado a orgias sexuais. O sexo é uma atividade salutar, o próprio Deus o instituiu. Contudo o modo como é usado, de maneira desequilibrada, torna-o um mal em si. Tudo que faz bem pode fazer mal, também. Temos livre arbítrio, por isso podemos fazer o que quisermos, mas colheremos as consequências. Daí é essencial desenvolvermos um sábio discernimento. Até mesmo um pensamento fora das leis divinas, acarreta-nos consequências e devemos repará-las.
A nossa força física não vem só dos alimentos. Aliado a isso, a qualidade de nossas emoções e estados mentais tem decisiva influência sobre nossa saúde e bem-estar. As pessoas imaturas, instáveis e preguiçosas nunca terão força física ou moral, até que se decidam a corrigir seus rumos de vida, bem como adotem objetivos bem disciplinados e orientação segura.
O homem é constituído de corpo, mente e alma - os três pontos do triângulo. Desse modo, deve haver intercâmbio, equilíbrio, sensatez e sabedoria em cada ponto em termos de pensamento, palavra e ação. Onde inexiste isso, surgem os problemas.
A alma só existe no homem em função do sopro divino. A palavra, que veio do latim para significar espírito, tem o significado de sopro de vida - em hebreu, ruach; em grego, pneuma, e tem o significado de energia pessoal, garra, dinamismo, vigor. Também significa uma acurada e íntima consciência pessoal de Deus. Em textos antigos, ruach se referia ao vento ou sopro do vento. Estava associada à força invisível e colossal dos furacões. Naqueles idos tempos, depois de Moisés, o seu significado passou a ser de energia supraterrena. Ela penetrava a divina essência do ser humano através da respiração. Resumindo, energia e espírito guardam uma íntima relação; tanto que ao ver um corpo morto, sabe-se que sua energia vital deixou de animá-lo. É um íntimo e diário contato com a essência divina que Sansão mantinha. Quando encontrarmos nossa verdadeira essência, o nosso “eu” verdadeiro e autêntico, teremos encontrado não só a força física, todavia, também, a moral e a espiritual - uma força dinâmica, saudável, avassaladora e convincente. Todavia é uma busca que pode durar toda a nossa existência, ou mais.
O reverso da medalha nos mostra que uma causa importante do enfraquecimento da saúde é nossa negligência em ignorar ou maltratar nossas essenciais forças espirituais, que configuram nosso outro lado etéreo e intangível. Justamente por nossa negligência e descaso, é tão mal compreendida.
As pessoas mais iluminadas que conhecem como despertar seus centros espirituais, através de técnicas e hábitos assíduos, gradativamente confirmam o aumento do vigor de suas energias ao ver seu lado psíquico se desenvolver.
Podem provar a si mesmas que o crescimento espiritual, acentua o aumento de suas forças físicas e mentais. Elas são interdependentes entre si. Inseparáveis do organismo, como um todo. Influenciam-se reciprocamente.
Por serem interdependentes, essas forças não deveriam encontrar contradições em nosso íntimo. Sejam elas consciente ou inconscientemente. Manter objetivos e ideais consistentes e coerentes. E deles não se afastar nem para a esquerda, nem para a direita. Disciplinar-se firmemente. Não se deixar envolver em emoções conflitantes. Se nossos pensamentos e emoções são fracas, geramos o retorno na mesma proporção.
Retornando a Sansão. Enquanto cumpria seus votos perante o Senhor, foi disciplinado e dedicado e, assim, alimentava sua fé e confiança, tendo consigo a força e a benção de Deus. Mas tinha inclinação e fraqueza por mulheres, comida, bebidas e filisteus; foi impulsivo, não quis aprender com seus erros; tornou-se egoísta e indisciplinado e não aceitou orientação de seus pais nem de seu povo. Também não procurou ao Deus de seu coração. Nessa conjugação de fatores, resumiu-se sua derrota. Em suma, não soube usar os dons que Deus lhe concedera, resultando, então, em seu enfraquecimento físico, moral e espiritual.
Porém, quem sabe se, também, não estamos utilizando inadequadamente os dons e talentos recebidos? Ou deixamos de procurar a orientação divina? Ou desviamo-nos de nosso objetivo principal na vida? O que não usamos, acabamos perdendo; e, nesse aspecto, pode residir nossa fraqueza ou ausência de vitalidade!
Em passado longínquo, uma pesquisa, desenvolvida durante trinta anos, inferia que o celibato seria uma excelente forma de manter e conservar as energias do organismo. Mas, decorridos esses anos, verificaram que os celibatários não tinham mais energias do que aqueles que haviam vivido uma vida normal. O excesso ou dispêndio anormal de energias físicas, mentais e emocionais é que acarreta consequências que deveríamos evitar.
Além disso, tentando aplicar a nós mesmos essas lições, nossa reação pessoal às circunstâncias, de modo desproporcional e exagerado, decreta em nosso íntimo um dispêndio de energias, mais do que proporcional à causa real.
Talvez esses tenham sido os pecados capitais de Sansão.
Esqueceu e negligenciou seu lado espiritual. Sua comunhão vital.
Deveríamos aprender com os erros de personagens da história. Aprender com os erros dos outros. E com nossos próprios.
E por que não o fazemos? Falta-nos maturidade. Interesse em conhecer as leis espirituais e mentais, bem como físicas. Falta-nos dedicação e sinceridade. Sobretudo, aplicar o que aprendemos.
De modo geral, atribuímos mais valor ao dinheiro, à força e a cultura física, à nossa reputação e menos à fonte da qual provem todas essas coisas. À cada coisa deveríamos atribuir seu justo e real valor. E não subestimar demais algumas ou superestimar outras.